Investigação radiológica de hematúria
Investigação radiológica de hematúria: presença de sangue na urina.
Homem, de 67 anos, apresentou episódio único de hematúria macroscópica, sangue visível na urina, indolor.
Realizado ultrassom de abdome total demonstrando massa sólida de crescimento extrínseco a partir do polo inferior do rim esquerdo, hipoecogênica, heterogênea, vascularizada ao Doppler, medindo 10,9 cm.
Após contato com o médico assistente, foi realizada tomografia de abdome com contraste a seguir, ratificando a formação expansiva e infiltrativa nos terços médio e inferior do rim esquerdo, com comprometimento da gordura do seio renal e para-renal adjacente, associada a espessamento da fáscia para-renal anterior e sinais nítidos de envolvimento da veia renal deste lado, suspeito para envolvimento tumoral primário.
Submetido a nefrectomia radical, o estudo anatomopatológico da peça cirúrgica confirmou carcinoma de células claras.
Quando ocorre sangramento da urina, indica-se avaliação urológica completa se houverem fatores de risco para tumores urinários, como tabagismo; idade acima de 40 anos e história de hematúria anterior.
A tomografia computadorizada, é recomendada para a avaliação inicial, pois apresenta especificidade/acurácia de 98% no diagnóstico de lesões renais, extra-renais e ureterais. Identifica litíase renal e pielonefrite diagnósticos também relacionados com hematúria. Apesar de menos sensível que a uretrocistoscopia, na detecção de tumores de bexiga, a TC ainda identifica lesões que invadem os tecidos perivesicais.
A ressonância magnética é tão precisa quanto a TC no diagnóstico de tumores renais, sendo indicada para alérgicos ao contraste, com ressalva em clientes com insuficiência renal, devido ao risco do uso de gadolínio.
O ultrassom é o exame inicial na avaliação de hematúria em vários serviços, pois é um método seguro e acessível, porém é necessário atentar-se às suas limitações em avaliar o sistema coletor e identificar pequenas lesões renais e de bexiga.