Não- rotação intestinal

Paciente, sexo feminino, 13 anos, com queixa de dor abdominal e vômitos esporádicos, procurou assistência médica onde foi solicitado uma endoscopia digestiva alta (EDA).

Foi evidenciado uma diminuição da distensibilidade nos segmentos duodenais D2 e D3. Após esse achado, foi solicitado uma tomografia computadorizada de abdome total para avaliação da compressão extrínseca dessa região.

No estudo tomográfico, notou-se achados compatíveis com não-rotação intestinal, caracterizado pela predominância do intestino delgado no quadrante direito do abdome e do intestino grosso no quadrante esquerdo, além de torção dos vasos mesentéricos, caracterizando o “sinal do redemoinho”.

A não-rotação intestinal costuma ser um achado incidental em adultos durante o exame de rotina e é considerada uma forma de má-rotação intestinal. É uma anomalia anatômica congênita que resulta de uma rotação anormal do intestino ao retornar para a cavidade abdominal durante a embriogênese.

Ela é observada em até 1: 6000 nascidos vivos e é frequentemente (~ 50%) associada a outras anomalias abdominais.

A apresentação clínica frequentemente se correlaciona com a idade. No lactente, a apresentação mais comum é o volvo do intestino médio. Em crianças mais velhas ou mesmo em adultos, é normalmente intermitente, com episódios de obstrução duodenal de resolução espontânea. Hérnias internas também são encontradas.

A tomografia pode identificar as posições anormais do intestino delgado e do colón como também o posicionamento contrário da veia mesentérica superior, situado no lado esquerdo da artéria mesentérica superior.

Devido ao potencial de volvo de intestino médio e isquemia intestinal, uma vez descoberta, a má-rotação é corrigida cirurgicamente.